quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Acordes Dominantes


Quem já ouviu falar em acorde dominante já deve ter-se perguntado? Que porcaria é esta? Pra que isto serve? é pegadinha né?

Na verdade é bem simples. Ele é o acorde que prepara para a resolução no acorde do I grau do campo harmônico maior. Se você estiver por exemplo no campo harmônico maior de Dó, o acorde do I grau, conhecido como Tônica, será o acorde de Dó maior.





O dominante é o acorde do V grau do C.H., e é caracterizado por ser um acorde Maior com Sétima menor. No tom de C (Dó), este acorde é o G7.

Quando se diz que o acorde dominante "prepara" para a tônica, significa que numa progressão de acordes o dominante é tocado antes da tônica. Pegue uma música cifrada que você gosta no tom de C (Dó maior) e você perceberá que o G7 na maioria das vezes antecede o C.

Quando o acorde V7 (dominante) tem outra tensão ele deixa de ser dominante?

Não. Pense por exemplo no acorde V7(9). Por exemplo, no tom de Lá maior temos como acorde V7(9) o acorde de E7(9). Este acorde também é um dominante. Há outras variações, mas o V7(9) é uma variação mais comum do dominante. Estes acordes são chamados de Dominantes alterados.

Somente o dominante pode anteceder a tônica?

Não. Há várias substituições para o acorde dominante, mas a grosso modo pode-se dizer que ele é o que melhor resolve na tônica, por conter o trítono (intervalo de 3 tons inteiros) que se resolve na tônica.

O trítono é um intervalo dissonante que gera uma forte tensão sonora, uma sensação de movimento. Portanto, o trítono ao sugerir uma sensação de movimento, de não resolutividade, como se as suas duas notas estivessem entrando em conflito, pede que se alterem suas notas para outro intervalo, um que seja consonante. No acorde dominante o trítono é formado pela 3ª e 7ª  que se resolvem na fundamental e na 3ª do acorde do I grau (seja ele maior ou menor).

O dominante substituto ou Sub-V

No tom de Dó, a progressão G7-C gera resolução quando as notas B e F (trítono) do G7 deslocam-se para as notas C e E do acorde de C. Como essa resolução é feita por intervalos de semitom, podemos teorizar que a resolução do trítono do dominante no acorde da tônica abre passagem para resoluções semelhantes com outros acordes.

Por exemplo, o acorde de C#7 resolve bem no C ou C7M, pois além de conter o mesmo trítono do G7 (notas F e B) a maioria das suas notas resolvem por um intervalo de semitom, exceto a nota Si, presente tanto no C#7 quanto no C7M. O acorde de C#7 assume nesse sentido o papel de dominante-substituto e é chamado de Sub-V.

O acorde de C#7M, apesar de não poder ser caracterizado como Sub-V pela presença da sétima Maior também serve para resolver no acorde do I grau C7M, já que todas as notas deslocam-se um semitom abaixo, seguindo o mesmo raciocínio do trítono.

Apenas uma correção: quando fiz este post acabei confundindo os termos e chamando o dominante substituto de dominante secundário. Correção feita à parte, para quem leu o post anteriormente, o dominante secundário na verdade é o dominante próprio de cada grau diatônico da tonalidade. Assim por exemplo, pensando no tom de Dó maior, o acorde IIm que é Ré menor, tem seu próprio dominante, que é A7. O acorde do grau IIIm, que é Mi menor tem o B7 como dominante. Peço perdão pelo equívoco.

Qualquer dúvida comente, pergunte, pois terei o maior prazer em responder.

Os comentários contribuem para o enriquecimento dos posts.

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